sábado, 16 de janeiro de 2010

Entre irmãos

Primeiramente gostaria de afirmar o quanto o Studio Line é melhor que as outras boates do circuito alternativo. Não sei se eles estão se esforçando por serem novos no pedaço, mas duvido que uma ruga de preocupação não tenha brotado na testa do Grupo Matriz.

Em segundo lugar, por mais que o ar condicionado fosse bem tranqüilo, estou cada vez mais inclinado a acreditar na impossibilidade de não morrer de calor nessas festinhas. E olha que ontem nem estava cinqüenta graus! Mas o fato é que morria de calor, suava bicas.

Estava tão quente que cogitei a hipótese de ir embora prematuramente, deixando para trás a menina mais bonita – na acepção mais ampla do termo - que já cruzou o meu caminho. Não o fiz, mas prometi a mim mesmo e a ela que daria o melhor mergulho da história quando chegasse à minha piscina.

Era quase seis da manhã quando desci vestindo nada além de uma toalha, um headphone daqueles que anulam o barulho externo e um hatch (é assim que se escreve?) na boca. Não sei se vocês já tiveram a oportunidade de colocar nos ouvidos esse aparelho mágico, mas ele de fato corta todo o som ambiente. Vai ver por isso não ouvi ruídos inconfundíveis vindo da mesa de sinuca.

Estava em frente à piscina, pronto para me mostrar da forma em que eu vim ao mundo quando, subitamente, vi de relance um rosto atônito, surpreso com a minha presença, espiar da área onde a sinuca se encontra. Inconsciente da minha nudez, caminhei até lá, temeroso que um ladrão houvesse invadido a minha casa ou que eu estivesse alucinando.

Quando entendi o que estava acontecendo, confesso não ter ficado muito constrangido. Pelo menos fiquei bem menos desconcertado do que meu irmão. Mas, para ser sincero, não sei quem estava na situação mais comprometedora, ele e uma mulher, botando apressadamente suas respectivas roupas, ou eu, cuja nudez se escondia unicamente atrás de um baseado.

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